Quando o bicho do lixo zero te pica…

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zestawNo nosso dia-a-dia, geramos um monte de lixo. Tudo que se compra vem em saquinhos, sacões, plásticos, papelões, isopor, mais embalagens de plástico, de lata e tudo isso serve apenas para transporte de um local para o outro, indo para o lixo num curto espaço de tempo, assim que o conteúdo é consumido. A quantidade de lixo que sobra ao final de um evento, é impressionante. Se houver comida então, é ainda mais. Quase como ao final das eleições no Brasil,  onde o chão das cidades fica forrado com panfletos.

Já há algum tempo a humanidade  vem se preocupando com o excesso de lixo e tentando reduzir essa produção.

Na Califórnia, assim como no Brasil, não foi proibida a fabricação de sacolinhas de plástico mas está sendo cobrado alguns centavos por unidade, o que certamente reduzirá o consumo e estimulará o uso de sacolas reutilizáveis. Uma sacola de plástico demora, em média, 1.000 anos para se decompor completamente. Todos os anos jogamos fora bilhões de sacolas de plástico, causando enormes danos ao meio ambiente e colocando em risco a vida de várias espécies de animais como pássaros, especialmente os migratórios, baleias, peixes, tartarugas e focas.

Na cidade de Boras, na Suécia os 105 000 habitantes e as 1 500 indústrias geram nem 1 grama de lixo. Os resíduos da cidade têm três destinos: 42% são incinerados e convertidos em energia elétrica, 30% são tratados biologicamente e transformados em biocombustível e 27% são reciclados. A reciclagem é feita inteiramente pela população, que se encarrega de separar e levar o material até os postos de coleta espalhados por toda a cidade. Os hábitos de consumo mudaram e com a falta de lixo, muitas vezes a cidade precisa comprar lixo para poder gerar a energia necessária.

Florianópolis também é uma cidade que se preocupa tanto com o lixo que em 2011 chegou a ser apontada com a primeira cidade do mundo a ter lixo zero.

O ser humano sempre foi sociável e gosta de festejar, de comer e beber na companhia de amigos e familiares. Essa comilança, vem se modificando ao longo dos anos e hoje em dia, uma festinha qualquer, gera montes de lixo. Montes mesmo!

Antigamente os alimentos vinham a granel, servidos a colheradas, em pratos de vidro, cerâmica ou metal, todos reaproveitados após devidamente lavados. Gerava muito trabalho de limpeza e lixo quase zero.

Há pouco mais de 20 anos, utilizávamos pratinhos de papelão e garfinhos de madeira. Eram molengos, desajeitados, não eram tão vistosos, mas cumpriam a função e podiam ser descartados sem problema uma vez que voltariam a fazer parte da natureza em pouquíssimo tempo. Gerava algum trabalho na limpeza e um pouco de lixo.

Atualmente, em qualquer evento, encontramos centenas de papeizinhos, forminhas dentro de forminhas, copinhos dentro de forminhas, pazinhas, uma para cada doce ou salgado e mais uma infinidade de outros objetos criados com o único objetivo de ser atraente ou facilitar a vida de quem vai limpar tudo depois. Geram pouco trabalho para recolher uma quantidade imensurável de resíduo, que não poder ser reaproveitado, nem reciclado, nem reutilizado.

Trocamos o trabalho por lixo. Cada vez inventamos mais produtos que facilitem nossa vida e com isso geramos mais lixo, em todos os setores, em todas as camadas sociais.

Essa questão é tão importante que precisaria ser muito mais explorada, discutida e divulgada, mas, quando o bicho do lixo zera te pica, não tem jeito, você pega uma doença incurável e não consegue mais olhar o mundo sem pensar no lixo que será gerado.

Existem algumas mudanças de atitudes que podemos tomar em nossa vida que ajudam a reduzir a produção de lixo.
São elas:

Reduzir o consumo

Optar por produtos reutilizáveis

Optar por produtos vendidos a granel

Optar por produtos que possam ser compostados

Optar por produtos naturais

É possível sim fazer uma festa linda e sem encher o mundo de lixo. Use plantas e flores na decoração, use forminhas reutilizáveis para os docinhos. Peça aos amigos, conhecidos. Crie uma rede colaborativa onde todos possam compatilhar – e reutilizar – tudo, sempre.

Ou faça seus pratos e talheres e depois os coma. Essas meninas polonesas, Martyna Ochojska, Dominika Wysogląd e Joanna Jurga apresentaram uma receita simples e delicada na Dutch Design Week 2014, em Eidhoven. Elas conseguiram um mistura perfeita para fazer pratos e talheres comestíveis.

Segue a receita e o vídeo:

  • 2 bananas
  • 3/4 de copo de farinha branca (ou de arroz)
  • 1 copo de fécula de batata
  • 1  colher de óleo

Misture tudo, molde e ponha no forno por uma hora (a 200 graus).

Depois que esfriar é só usar.

Depois de usar, é só comer.

Se não quiser comê-los pode jogá-los aos passarinhos, nos vasos ou na composteira. As minhocas agradecem!

 

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